“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” I Pedro 2:9
A vida é uma jornada cheia de surpresa. Nessa jornada geração se vai e outras vão chegando. O fato que essa jornada não acontecerá numa linha reta, marcadas por picos e vales, mais parece um zigue-zague. Na complexidade da vida os caminhos se cruzam, vamos deixando pontos de referências que o tempo não apaga, registrando nossa própria biografia de vida, sonhos realizados, outros inacabados, sucessos e frustrações.
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É impossível fazer o mesmo percurso no caminho de outra pessoa. Mas é possível cruzar os caminhos de nossos pais, avós, bisavós, gerações passadas. Ao cruzarmos em um desses pontos de referências, podem ocorrer situações que nos levam a perguntar: É coincidência ou destino?
Para entendermos a jornada de nossa vida vamos acompanhar a trajetória de três gerações, os patriarcas bíblicos Abraão, Isaque e Jacó. Uma rica oportunidade de você também reconstituir a sua jornada e conhecer a sua história familiar.
1º- ABRAÃO: Abrão e sua mulher Sara experimentaram fome migraram para o Egito. Gn. 12:11 “ Havia fome naquela terra, e desceu Abraão ao Egito, para peregrinar ali, porquanto a fome era grande na terra”. Anos depois, o seu neto Jacó e toda a sua família cruzaram o caminho do avô, foram para o Egito por causa de uma grande fome ( Confira em Gn. 46/49).
O ponto de referência positiva: Jacó e sua família encontraram no Egito, anos depois, o testemunho de obediência e dependência a Deus deixados pelos avós. Abraão e Sara foram escolhidos por Deus para serem pais de gerações. A história registra que continuam como pontos de referências para várias nações da terra. " E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” Gn 12:3. Não se trata de coincidências mais de promessas de Deus.
Abraão deixou outra referencia positiva em Gerar. Gênesis 26:15 “... E todos os poços que os servos de seu pai tinham cavado nos dias de Abraão, seu pai, os Filisteus entulharam e encheram de terra”. Seu filho Isaque ao cruzar o caminho do seu pai, encontrou uma historia de luta e a marca de um vencedor. A história se repetindo na mesma cidade, os mesmos poços cavados pelo seu pai, todos entulhados, foram restaurados pelo seu filho Isaque ( VS. 17,18) “ Então, Isaque foi-se dali, e fez o seu assento no vale de Gerar, e habitou lá. E tornou Isaque, e cavou os poços de água que cavaram nos dias de Abraão, seu pai, e que os Filiteus taparam depois da morte de Abraão, e chamou-os pelos mesmos nomes que os chamara seu pai). Veja o valor da referencia positiva que uma geração deixa a outra. O filho Isaque se sentiu fortalecido na fé de seu pai Abraão, que passara pelas mesmas situações.
2ª- Abraão também deixou referências negativas: Em peregrinação por terras de Gerar, por medo, usou do recurso a mentira. Gn. 20:1-21 “ Por medo mentiu que Sara era sua mulher”. Em peregrinação pelo Egito induziu sua mulher Sara a mentir dizendo ser sua irmã. Gn. 12: 13 “ Dize: peço-te, que és minha irmã, para que me vá bem por tua causa, e que viva a minha alma por amor de ti”. A mentira é como uma droga pode trazer algum benefício imediato, mas as consequências futuras são trágicas. As referencias negativas não se apagam no tempo. Abraão e Sara deixaram pontos de referências negativos contaminando as suas gerações. A história não perdoa os nossos fracassos.
Tempos depois, Isaque, o filho da promessa cruza o caminho moral do seu pai, na mesma cidade de peregrinação em Gerar. Ao passar por situação semelhante, deixou se contaminar, cometendo a mesma falha moral. Gn. 26: 7 “ ... e, perguntou-lhe os varões daquele lugar acerca de sua mulher, disse: é minha irmã; porque temia dizer: É minha mulher; para que porventura ( dizia ele) não me matem os varões daquele lugar por amor de Rebeca ; porque era formosa à vista”. No mundo espiritual as práticas pecaminosas transitam de uma geração a outra.
Os caminhos se cruzam na segunda e na terceira geração. Jacó cruzando o caminho moral do seu pai e do seu avô. ( Gn 27:19) “ E Jacó disse a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogênito. Tenho feito como me disseste. Levanta-te agora, assenta-te e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe”. A marca de um enganador. ( Gn. 25:30-34). Comprou o direito de primogenitura de seu irmão Esaú, por um prato de comida. Marca de um espertalhão. Sucessivos episódios aconteceram na vida de Jacó nesta área de “enganar” e “espertalhão”. Anos depois, seu sogro Labão o enganou e usou de esperteza por vinte anos. A história é uma repetição de nossos atos. Os filhos de Jacó reproduziram a esperteza, tramas, vendendo o irmão José. Inventaram uma história ao seu pai que o seu filho teria sido devorado por uma besta fera do campo ( Gn.37:27,28). Coincidência ou realidade da vida? Coincidência ou colheita de nossos atos?
Caminhos que se cruzam: Alguns episódios da minha própria vida:
Aos 17 anos (1967) sonhava ser um cadete da Marinha. Tentei não tive êxito. Passados 40 anos, nosso filho Evandro, cruza por esse caminho servindo a Marinha, como médico. Senti-me um cadete. Sonhava em cursar na Faculdade de Direito de Presidente Prudente (1971), não fui aprovado no vestibular. Caminhos se cruzam, 35 anos depois (2005) nossa filha Carol ingressa na Faculdade de Medicina, naquela cidade.
Refletindo:
“... Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” ( Gálatas 6:7)
O
seu caminho é único, sua jornada é única,
mas os cruzamentos geracionais são inevitáveis. Portanto, procure deixar marcas relevantes pelo seu
caminho. Deixe sinais onde as gerações
seguintes possam ter referências positivas. Não pense em coincidência, retenha os bons exemplos e reproduza, descarte aqueles que não servem para sua vida e futuras gerações. Plante boas sementes, para que a colheita
seja frutífera ( reflita o Salmo 1). Amem!
Por amor a Cristo!
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