DISCIPULADO - COMISSIONAMENTO E ABRANGÊNCIA!

 Então, Jesus aproximou-se deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos" ( Mateus 28:18-20 )

O texto (acima) não se trata de um método mas de uma ordem. É um comissionamento.  Comissionados, todos os salvos em Cristo.  Abrangência, até os confins da terra. Nenhum crente  está excluso dessa ordem de Jesus; nenhuma pessoa está  fora do plano de salvação. Na minha jornada cristã, passados seis decadas, tenho me questionado: Por quê a prática do discipulado é tão negligenciado? Por quê não investimos na formação do discipulo na mesma proporção quanto investimos no crescimento  numérico da Igreja?  É possível trabalhar as duas coisas?......

É possível, quando  entendermos que se trata de um Comissionamento e não de um Método

Ministro metodista e escritor E. M. Bounds sintetizou o método de Deus, assim: "Deus não unge    métodos, Deus unge homens'. Na prática significa que o testemunho vibrante da fé é muito mais produtivo, eficaz, que um conjunto de regras e doutrinas. No anseio de buscar o crescimento numérico  focamos em valorizar  métodos e estruturas, pouco investimento damos na   qualificação  do crente para frutificar com qualidade em todos os ambientes que transitar. Podemos estar dando mais  ênfase ao 'status' de liderança  não valorizando o  verdadeiro chamado  de  ser discípulo de Jesus. O discipulador é um lider por excelência; movido por um comissionamento não por um método ou função. As vezes me vejo caindo nessa armadilha, de me sintir mais importante sendo um lider estrutural que um discipulo vivencial. O líder estrutural é vitrine, 'status';  enquanto o discípulo é vida na vida. O lider precisa de estrutura, o discípulo precisa de  pessoas. O líder movido por  tarefas, o discípulo movido por frutos.

É possível, quando darmos o nosso melhor para  o  Reino de  Deus ( Mateus 6: 24 e 33)

a)  Deus  estabeleceu critérios rigorosos  para os Levitas que serviam à  Sua Casa. 

O Texto a seguir fala por si só: " Disse o Senhor a Moisés: Fala a Arão, dizendo: Ninguém dos teus descendentes, nas suas gerações, em quem houver defeito se chegará para oferecer o pão do seu Deus. Pois nenhum homem em quem houver defeito se chegará: como homem cego, ou coxo, ou de mosto mutiliado, ou desporcionado, ou homem que tiver o pe quebrado ou mão quebrada, ou corcovado, ou anão, ou que tiver testítculo quebrado. Nenhum homem da descedência de Arão, o sacerdote, em quem houver algum defeito se chegará para oferecer as ofertas queimadas do Senhor; ele tem defeito; não chegará  para oferecer o pão do seu Deus...."  ( Levítico 21:16-21). Na sua visão Deus é seletivo ou criterioso? 

b)  Os critérios rígidos eram para preservar a saúde espiritual do povo em geral.

 . A pandemia nos ensinou muitas lições, de como evitar contaminações, e como não ser agentes de contaminação. Um rigoroso  protocolo de saúde pública foi estabelecido no mundo inteiro. Uma pessoa contaminada recomendava-se ficar um tempo de isolamento social; uma recomendação que incluía os profissionais de saúde. Aprendizados que levaremos pelo resto da vida: aprendemos  ter mais cuidados com a saúde,  mais disciplina com nossos hábitos.  

Isso nos leva compreender  o zelo de Deus em proteger  a saúde espiritual dos seus filhos.  No texto de Levítico (acima), os critérios eram rigorosos para escolhas dos sacedotes que ministrariam no Santuário.  Deus não desprezava  os sacerdotes que se apresentassem com algum  defeito físico;  podiam comer do seu pão como todos os demais sacerdotes. Todavia, não podiam ministrar no Seu Altar. Deus, preserva  a qualidade da Adoração, do serviço em torno da sua Casa, para preservar  contaminação  espiritual, tanto dos que servem, quanto dos que  são servidos na Obra. Faz sentido para você?

É possível, quando entendermos o caráter da urgência e da abrangência da missão. 

O Senhor Jesus se revela como cumprimento da Escritura de Isaías 61:1-3. Em obediência ao chamado,  posicionou-se como Ungido de Deus para uma missão previamente especificada: ' O Espírito  do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. " Lucas 4:17-19.  Essa abrangência: universal, a todos os povos e raças e tribos;  pessoal,  alcança o homem todo, não apenas uma parte de sua necessidade.  

É possível, quando o discípulo se compromete  com o caráter da missão.

O Senhor Jesus não veio negociar métodos para o seu Reino.  Deixou claro que foi ungido  para uma missão ( Lucas 4:17-19)  e comissiona discípulos, e não seguidores,  para a mesma missão:  "Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me" ( Mt. 16:24. O método de Jesus sou eu e você. O símbolo da missão é a cruz.  Assim, como Jesus foi ungido pelo Espírito Santo, para cumprir a sua missão, somos igualmente ungidos, pelo mesmo Espírito Santo,  para dar continuidade a Obra  do Reino de Deus que implantou. 

Deixa claro, aos seus discípulos, que a missão não mudaria, ou seja: 'evangelizar os pobres, proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, por em liberdade os oprimidos e apregoar o ano aceitável do Senhor'.  Esse é o caráter da missão.  Através da  Grande Comissão ( Mateus 28:18-20), o Senhor  Jesus delega da sua  autoridade aos seus discípulos; para levar o Evangelho da salvação a todos os povos, batizando e fazendo discípulos. 

. Baseado em Levítico 21,  o que não muda na qualificação de um discípulo de Jesus?. 

.  Entendermos que o caráter, a  santidade, e o zelo,  do  Deus Trino,  em nada muda em relação ao  caráter de um discípulo do Senhor Jesus. Os  'modus operandi' para a prática cristã, segundo as  Escrituras do Novo Testamento,  são tão criteriosos quanto as práticas dos Sacertodes e Levitas do Antigo Testamento.

Na prática do discipulado não há lugar:

.... Práticas de  hipocrisia religiosa  ( leia Mt. 7:3-5 )                                                                                . A hispocrisia é um anti-evangelho. Uma postura religiosa que o Senhor reprovou veementemente. O religioso hipócrita  é capaz de vê  um 'cisco' no olho do outro  e não  é capaz de vê uma 'trave' no seu próprio olho ( examine  o texto de  Mt.7:1-5)

....  Práticas de aparente sabedoria   ( leia Col. 2:20-23 )                                                                 . Práticas que seguem princípios  rudimentares, regras e preceitos  que não vence o pecado.    

.... Cultuar  a personalidade de um Lider  ( leia I Co 3:4,5)                                                                     .  Partidários, seguem lideres, ostentam posições, não são espirituais.          

... aos roubadores e idólatras ( I Co 19)                                                                                                      . Uma longa lista: aos impuros, avarentos, ou roubadores, idólatras.... frequentam e até atuam nos Altares das Igrejas. 

...  não cuidam dos seus ( I Tm 5:8)                                                                                                             .  O discipulado começa dentro da própria família. Ganhar o mundo e perder a família, por negligência, abandono,  falta de cuidados,  nega a fé é  pior  que o  descrente. A Igreja vem aos poucos sendo complacente com esse pecado. 

.... negligênciar o testemunho da fé  (  I Tm 4:14 )                                                                                    . A imposição de mãos é uma confirmação do envio para o discipulado. O batismo nas águas, por   imposição de mãos pela autoridade espiritual,  comissiona  o batizando a ser uma testemunha de Jesus  todos os dias da sua vida.  O Espírito Santo capacitará para a Obra do discipulado.

Refletindo....

"Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus" Mateus 5:16

Em primeira mão essa reflexão está vindo em boa hora para minha própria vida espiritual como discípulo de Jesus. Uma postura de  retomada de minha própria cruz. 

Para que brilhe a luz de Cristo diante dos homens, o discípulo deve ser reconhecido  das seguintes característica: ser conhecido pelo testemunho, ser obediente a ordem de Jesus, empático com as pessoas, verdadeiro no caráter, manso, conhecido pelas práticas de  boas obras, cheio do Espírito Santo. Jesus é o seu modelo perfeito.  A sua marca inconfundível  é o amor:  " Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros" João 13:35. Amem! 

Por amor a Cristo! 

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