PERDÃO - LIBERTE, VOCÊ!

 

"Suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também"  Colossenses 3:13 

      As civilizações modernas tem tido grandes avanços na ciência, na tecnologia, cibernética,  e tantos outros avanços. Entretanto, vem se criando um abismo entre os povos marcado pela intolerância e  egoísmo. Os ânimos, as discórdias, as diferencias se acentuam, criando um ambiente hostil nos relacionamentos humanos, afetando ambiente familiar e cristão. 

     O ser humano está exposto a enfermidades de todo tipo; mas,  nada  comparado a enfermidade da  alma.  Seguramente ocupando o rank da lista das preocupações.

 

     Causas diversas aflingem o coração humano: frustrações do passado, medo do futuro, desestrutura familiar, ambiente de trabalho, desarranjos financeiros, diferenças idiológicas.... Somado a isso, o que causa mais enfermidades é a inabilidade de praticar o perdão. Os especifialistas em neurociência  apontam o perdão  como terapêutico: coloca um ponto final em muitas situações que se arrastam por anos. O Perdão é o remédio mais eficaz para a cura de uma alma enferma. A luz da Bíblia vamos buscar respostas para sete razões porque devo perdoar:

1. O perdão  não é uma vontade é um mandamento bíblico.

E, quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial perdoe os seus pecados. Mas, se vocês não perdoarem, também o seu Pai que está nos céus não perdoará os seus pecados" Marcos 11:25-26.

    No entendimento de  especialistas perdão é a ação  de colocar ponto final de uma culpa, uma ofensa, uma dívida. Induz a um esforço mental  de esquecer a pessoa causadora dos danos,  seguir em frente com a vida.  

  

    A Bíblia ensina que  o perdão vai além de um esforço  mental, é um dom divino que não se explica pela ciência humana. Não induz excluir a pessoa causadora dos danos,  estimula caminhar com ela uma segunda milha. Trata-se não de um gesto da vontade, não é  opcional, é  um mandamento divino. É o remédio  mais eficaz para restaurar relacionamentos. Essa  força não vem do nosso interior, vem do próprio Deus.  

           

    O perdão é a virtude mais refinada nas relações humanas. Quando não praticamos, estamos decidindo  rejeitar o amor e o perdão de Deus. A oração do  'Pai Nosso', é uma declaração que fazemos a Deus que inclui:  relacionamentos com Deus e as pessoas  e perdão às  ofensas. ( Leia  Mateus 6:9-15)  

2.  O perdão é uma decisão unilateral e sem limites.

... Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Jesus respondeu: "Eu lhe digo: Não até sete, mas até setenta vezes sete" ( Mateus 18:21,22) 

    Seguindo esse entendimento bíblico ( texto acima)  para o cristão o perdão deveria ser uma decisão natural sem contestação. Faz parte do desenvolvimento e aperfeiçoamento da fé cristã. Não havendo condicional não haverá limites para se perdoar: “não só sete vezes ao dia,  mas setenta vezes sete” (Mateus 18:22). A repetição de um prática ou um hábito  é um processo pedagógico educativo, pois, quanto mais se repete mais se pratica. O Senhor Jesus  nos ensinou que, quanto mais se perdoa mais se aprende a perdoar, mais se aprende a se relacionar. O Espírito Santo é o abastecedor do fruto do amor divino, amor ágape; amor  que gera perdão sincero e incondicional.

3.  O perdão Abre os Céus e Sara nossa Terra.

 "E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra" 2 Crônicas 7:14

    Quando o Cëu se fecha a terra fica doente. Quando os relacionamentos humanos estão conflituosos todos sofreremos as consequencias dos danos. O texto de 2 Cronicas 7:14, descreve um quadro nacional desalentador, enfermo e caótico. Só uma solução: humilhar, orar, e buscar a face de Deus e se converter dos maus procedimentos. Só então, Deus ouvirá, perdoará a nação e sarará a terra. 

      Vivemos em um mundo plural de diversidade e miscigenação humana. Em meio a tantas diversidades e choques de opiniões, os relacionamentos acabam gerando conflitos, causando ofensas, ressentimentos, afastamento e divisões. Ninguém vive imune desse desgaste em um mundo desigual, egoísta e pecaminoso. É  impossível alguém, em sã consciência, pensar que não precisa de perdão e não precise perdoar.

     Erramos muito na comunicação relacional.  Lições que só aprendemos com os ensinos da Bíblia: que não é preciso estar errado para pedir perdão. Podemos estar com a razão ao  defender uma questão tópica. O problema está na  forma como abordamos o tópico,  acabamos atingindo a identidade da outra pessoa. Exemplo bastante comum: "você causou-me prejuízo, porque você é um incompetente". O prejuízo é o tópico. Agora, declarar a pessoa de incompetente, atingiu a sua identidade. Outro exemplo:  Os pais usam muito expressões do tipo: “Você tira nota baixa porque é um burro”. Todos sabemos que  tópico é  a nota baixa.  Poucos pais sabem, ao chamar o filho de 'burro' atingiu a sua identidade. Leva pra vida toda. Em ambos exemplos, reconhecer que errou, pedir perdão, resgata a identidade e os relacionamentos. Quem sofreu esse tipo de agressão na identidade, pode se libertar imediatamente: Liberar perdão os ofensores  e declarar quem você é, tomar posse  de sua verdadeira identidade. Se não fizer, tomou para si uma identidade que não é sua; viverá repetindo memórias negativas pelo resto da vida. Liberte-se: se perdoe, e perdoe.

4. O perdão revela que amamos as pessoas e não as coisas. 

"Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados" 1 Pedro 4:8.

    Por três razões bíblicas: primeira, porque o perdão está associado ao amor que praticamos ao próximo; segunda, porque fomos perdoados por Deus de uma dívida impagável; razão que  não nos dá o direito de não perdoar qualquer que seja a ofensa (1 Jo 4:20); terceira, seremos julgados pelo tribunal dos Céus pelos nossos atos de como tratamos os nossos ofensores (Mateus 7:2). Deus é o nosso padrão perfeito de perdão e justiça. 

    A parábola do filho pródigo, Lucas 15: 11-32, dá visibilidade da extensão do perdão de Deus. Para Deus o valor da pessoa é incomparavelmente  maior que o valor às coisas. O filho pródigo era mais importante para o Pai,  que os  bens que esbanjou. Enquanto que para o irmão mais velho os  bens eram mais importantes que o irmão que retornou a casa do Pai.

5. O perdão evita demandas desnecessárias. 

"... Concilia-te depressa como teu adversário (ofendido)... para que não aconteça que o adversário (ofendido) não entregue ao juiz..." ( Mateus 5:25) .

    Quão prejudiciais as picuinhas quando se arrastam pela vida toda. Os Tribunais estão abarrotados de processos desse tipo. Ao perdoar ficamos livres de um peso indesejado. São lições de vida que nos ensinam a lidar com  as diferenças, indiferenças e as fraquezas uns dos outros. O mais importante restabelecemos a intimidade com Deus.  Os céus se abrem para ouvir nossas petições. As nossas ofertas são recebidas por Deus, Mateus 5:24. Deus não recebia as ofertas de Caim; porque guardava mágoas, inveja, do seu irmão Abel.  É tudo o que Deus  não espera de nós.  

6. O perdão é colocar a conta na Cruz de Cristo?

"... Um certo credor tinha dois devedores; um devia-lhes quinhentos dinheiros, e outro, cinquenta. Não tendo eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos, Dize qual deles o amará mais?Respondeu Pedro: aquele a quem mais amou" (Lucas 7:41,42). 

    O contas correntes de Deus é diferente da prática do mundo. Quem mais ama, mais perdoa. Quem mais perdoa mais recebe amor. Quem mais recebe amor mais bem sucedido na vida. Quando perdoamos liberamos o ofensor sem qualquer cobrança futura. Colocamos na conta da cruz ( veja Col. 2:13,14). Damos a pessoa a mesma quitação que Jesus fez, por nós, na cruz. A cruz é o melhor lugar para quitar contas impagáveis. Quando agimos assim, estamos desenvolvendo  o dom da compaixão. O dom da misericórdia é o mais requisitado em todas as comunidades cristãs. Quem pratica adquire autoridade espiritual para orar por alguém e Deus ouve. Enxerga  a outra pessoa na perspectiva de como Deus a vê. Quando você quita a dívida de uma pessoa, tenha em mente que  Deus já quitou a sua também. Extraordinário! 

7.  O perdão tem efeito curador e libertador.

"... Confessai  as vossas ofensas uns aos outros e oreai uns pelos outros, para que sareis..." (Tiago 5:16). 

    O perdão cura porque libera a pessoa de uma prisão emocional que gera dor e  culpa. O perdão divino liberta a pessoa da  prisão espiritual onde, Satanás, se apoia para acusar. A confissão, e o perdão, aliviam as tensões relacionais e promovem a comunhão no corpo de Cristo. A equação (Fé + amor + perdão) = padrão ideal da prática cristã. É o padrão mais desenvolvido  da maturidade cristã. O grande beneficiado é o Evangelho. O  Evangelho santificador que atrai as pessoas para Jesus. O Evangelho salvífico  onde todos os cristãos exercem o ministério sacerdotal, um ministrando na vida do outro. Isso trás cura, isso trás libertação!

REFLETINDO:

"... E eis que uns homens transportaram numa cama um homem que estava paralítico e procuravam fazê-lo entrar e pô-lo diante dele (Jesus). E vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Homem, os teus pecados te são perdoados" ( Lucas 5:18,20).

    O cristão  não tem  autoridade para perdoar pecados, mas é um agente dos Céus para conduzir pessoas a Jesus Cristo,  para que recebam  o perdão dos seus pecados. Um ato de fé e de obediência ao chamado. Perdoar e receber perdão das ofensas cometidas e recebidas é dever de todo cristão. Que essa reflexão corrobore com a compreensão que cada cristão precisa viver sobre a pratica do perdão. Amem!

Por  amor a Cristo! 

Por amor a Cristo!