“... Condutores cegos! Coais um mosquito e
engolis um camelo” (Mt. 23:24).
“Hipócrita, tira primeira a trave do teu
olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão” (Mt. 7:5).
O Senhor Jesus como um bom Judeu nunca condenou a tradição Judaica. Ao contrário participou ativamente das festividades do calendário Judaico. A hipocrisia não estava nas celebrações judaicas, mais nas vidas dos celebrantes. Hipocrisia
era o que mais tirava o Senhor Jesus do sério. Quando se deparava com os fariseus e doutores
da Lei, a classe mais importante dos judeus na época, por três vezes chamou-os de “Hipócritas” e “Condutores
cegos”. A primeira referencia, Mateus
15:14: “Deixai-os: são condutores cegos.
Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão a cova”. Nesta ocasião
instruía os seus discípulos a não fazer nenhum tipo de confrontação com eles,
nem imitá-los em suas condutas, porque eram hipócritas.
A
segunda referencia Mateus 23:24 “Condutores
cegos! Coais um mosquito e engolis um camelo”.
Desta vez o Senhor Jesus encara-os de frente desaprovando as suas condutas.
Esmeravam em manter uma irreparável
aparência exterior, para atrair uma boa imagem de si mesmos, no entanto,
abrigavam corações corruptos.
A
terceira referencia Mateus 7: 5: “Hipócrita,
tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do
olho do teu irmão” (Mt.. 7:5).
O
Senhor Jesus condenou veementemente esses tipos de atitudes, hipócrita e dissimuladoras. São posturas condenáveis, para quem exerce posições de liderança,
em qualquer nível, seja ela na família, na empresa, nas atividades
eclesiásticas, na politica. O hipócrita
é um eficiente dissimulador. É um especialista em, coar um mosquito e engolir um camelo, mesmo cego conduzir
multidões, esconde a sua trave e aponta o cisco do outro.
A Hipocrisia está presente em todas áreas de lideranças:
É
no ambiente da família onde somos verdadeiros. Tiramos nossa roupa colocamos no
cabide, tiramos nossas mascara e agimos como verdadeiros. Na família é que nós, maridos e esposas,
coamos mosquitos, engolimos camelos. Valorizamos
coisas insignificantes e desprezamos o que realmente tem valor. Objetos da
casa, o carro, por exemplo, passam a ter mais valores que os filhos. Amaldiçoamos um filho porque quebrou algo ou porque
riscou o carro. Cobramos boas notas do filho/a e não corrigimos o seu
comportamento. Ou podemos valorizar pequenos ciscos, comportamentos normais de
uma criança e não enxergarmos a trave que carregamos em nosso próprio
comportamento. Agimos como condutores cegos espirituais, como fariseus queremos
dar boas lições morais e espirituais na base do sermão, não praticamos o que
pregamos.
Quaisquer
atos desses praticados é uma forma de hipocrisia. Os filhos detestam
Hipocrisia. Como pai compartilho o sermão de uma só frase que mais tocou a
minha vida, foi essa: “lá vai o
hipócrita para a Igreja”, proferidas por um filho adolescente que não
suportava a minha hipocrisia. Sou diácono e líder em minha igreja. Chorei
diante de Deus e de meu filho. Confessei o meu pecado, pedi perdão e iniciei mudanças
em meu comportamento. Um pequeno cisco, hoje, pode se transformar numa enorme
trave, amanhã. Uma cegueira espiritual não curada colocará em risco toda uma
geração. É no ambiente familiar o maior
criadouro de hipocrisia. A família
sofre, a sociedade sofre.
2. Hipocrisia nas gestões Privados e
Públicos.
Não
deveria haver diferença de atitudes de gestores privados e gestores públicos. O
que está em análise não é a função em si, mas o caráter do gestor. A
integridade não está apenas em fazer as coisas certas, mas em como se
comportar diante de coisas erradas. Fazer
as coisas certas, mas usar o tempo, telefone, material que não lhe pertence,
para o próprio benefício é “coar um mosquito e engolir um camelo”. Essa prática é muito comum no poder público.
Em
toda esfera de liderança, os condutores cegos são o que não tem domínio naquilo
que se propôs a fazer, está na função por apadrinhamento. Aqueles que se tornam
especialistas em dissimular uma postura irrepreensível. Mentem de uma forma tão convincente, e quando
não conseguem, contratam um profissional para falar em seu lugar. Temos assistido nas reportagens jornalísticas
esse tipo de comportamento o tempo todo. Quanto mais importante e poderoso for
o líder, mas profissional em dissimulação se torna.
O
nosso país está vivendo um momento triste como nação. Por outro lado, está
vivendo o seu melhor momento de acertos de contas. Os condutores cegos, suas
máscaras estão caindo. Os “ciscos” estão deixando de ser holofotes de promoção
politica aos maus gestores. As “traves” estão se transformando em lenhas
para uma grande fogueira aonde os maus gestores vão sofrer o fogo da justiça de Deus.
Felizmente,
há um remanescente de gestores privados e públicos, homens e mulheres íntegros
que temem a Deus.
A
hipocrisia é como uma moeda falsa em qualquer bolso não tem valor. Não importa
que tipo de liderança exerça, se tiver uma postura hipócrita, dissimulada, a
repulsa de Jesus é a mesma. Mas há uma agravante para os lideres espirituais. O
peso da pena é maior. Ele se revestiu de uma autoridade dada por Deus para
fazer exatamente o contrario que Jesus
condenou nos fariseus e doutores da lei.
O
gestor espiritual não trata de mercantilismo. O gestor espiritual não trata de
matéria. O seu trato é com valores eternos, espirituais. O seu trato é com pessoas, indistintamente de
classe e posição social. O seu maior bem são pessoas que Jesus deu a vida por
elas.
A
postura de um líder espiritual é diferenciada de qualquer outro líder. Os
deveres dos lideres espirituais são para cuidarem do rebanho do
Senhor. Vamos encontrar, em detalhes, a lista dessas qualificações em I Tm cap.
3.
Lideres
espirituais que tratam as pessoas da igreja com docilidade e romantismo,
enquanto a esposa e os filhos com austeridade e grosserias, está coando
mosquito e engolindo camelo. Ministra
bons sermões sobre família, no entanto os seus filhos o conhecem como pastor e
não como pai. Apresenta-se com uma impecável aparência exterior, mas vive uma vida subterrânea de
lascívia e impureza de mente. São condutores cegos.
Lideres
que enxergam os defeitos dos seus colegas de ministérios, não se juntam a eles. Acham-se
superiores, não consegue enxergar a trave que está no seu próprio olho.
Temas como esse confesso que reluto com o Espírito Santo para não escrever. É como se estivesse denunciando a mim mesmo. Vejo inserido em todas essas situações descritas. Como marido, pai, em funções executivas e em liderança na igreja. Não importa se numa escala bem pequena. Não importa se consciente ou inconsciente, o
fato é que reconheço que fui um deles. Mas enquanto escrevo, sinto-me como se estivesse escrevendo a minha própria carta de alforria. O Senhor Jesus me declarando: nada consta. Pela
misericórdia de Deus, com o incansável trabalho do Espirito Santo, posso enxergar a mim mesmo, posso ver a obra de santificação, menos de mim e mais de Cristo. A minha esposa, meus filhos e meus netos não vê mais duas pessoas, um dentro e outra fora de casa. Honrar a Deus, as pessoas, meus lideres espirituais, fazem parte desse novo capítulo de minha vida.
Por amor a Cristo!
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