quinta-feira, 3 de setembro de 2020

NÃO APROPRIE-SE DAQUILO QUE NÃO É SEU!

"... Há coisas consagradas a destruição no meio de vocês, ó Israel . Vocês  não conseguirão resistir aos seus inimigos enquanto não as retirarem” ( Josué 7: 13.b 

Nem todos os assuntos são palatáveis. Esse é um desses. O compromisso que assumimos é fazer, do Blogger Meditações, um instrumento de edificação. O cristão que almeja crescimento  deve aprofundar em temas relevantes mesmo não sendo do seu cardápio preferido. O tema escolhido é pouco comentado e ensinado: "Não  Aproprie-se Daquilo que não é Seu". Esse entendimento vai além daquilo que já sabemos: 'não apropriar-se de coisas alheias'. Há outros ingredientes que precisam entrar nessa lista. Se você é cristão e conectado com sua Bíblia entenderá sem dificuldades. Deus não mudou. O que mudou foram rituais praticados no passado e que hoje fazemos diferentes. O que não mudou foram os princípios  que fazem parte do caráter de Deus. Vamos destacar três tipos de consagração que não foram abolidas, não se deve apropriá-las:

1ª. NÃO SE APROPRIAR DAQUILO QUE NÃO LHE PERTENCE.  

“... A cidade com tudo o que nela existe, será consagrada ao Senhor para destruição” ( Josué 6:17.a)

O texto em referencia trata-se da primeira conquista do povo Hebreu, Jericó. Nesse episódio a  ordem de Deus  foi não se apropriar de absolutamente nada. Um dos soldados Hebreu, Acã, não levou a serio essa ordem divina, apropriou-se  de alguns objetos; por conta disso o exército de Israel sofreu a primeira derrota.  

Outro exemplo, o  rei Saul desobedeceu uma ordem divina, apropriou-se do que havia do melhor do rebanho, consagrado a destruição; essa sua obediência custou-lhe o seu reinado.

Para o cristão, o que seria apropriar-se daquilo que não lhe é devido?  Vamos dar alguns exemplos práticos: todo lucro gerado por sonegação, com peso enganoso, de forma fraudulenta e facilitada, juros gananciosos, tudo entra no rol da coisa condenada por Deus. Quem apropriar-se desses subterfúgios  pesará a mão de Deus. Na minha experiência de Auditor Fiscal acompanhei o resultado de muitas pessoas que se apropriaram daquilo que não pertenciam a  eles, não tiveram um final feliz.

O pecado de Acã e do rei Saul  trouxeram consequências para a Nação de Israel. O Brasil nesses últimos anos vem sofrendo consequências moral, financeira e social, por conta dos lideres corruptos que apropriaram-se do que  não lhes pertenciam. Mesmo sendo um país tão pujante e com invejável riquezas naturais, um povo laborioso,  ostentamos um triste ranking nivelado a países pobres, por conta dos desvios de  recursos  para o crime de corrupção.  Enriquecimento por apropriar-se de contravenção e drogas com devastação social envolvendo jovens ao crime é apropriar-se da coisa condenada.   

Pensando em ofertas e doações que  praticamos em nossas Congregações: ofertas e  doações de origem duvidosa, ou produto de propina, de lucros usurários, não é bem vindo à consagração a Deus. Mesmo que os argumentos sejam baseados na “forma da lei”, como doações legais. Infelizmente, muitas  leis foram elaboradas para acobertar esse tipo de práticas delituosas. Crentes que dizimam e ofertam em suas igrejas, fruto de rendas duvidosas ou desonestas, estão colocando a sua igreja sob julgamento de Deus. Os apóstolos, conduzidos pelo Espírito Santo, agiram rapidamente no episódio de Ananias e Safira. Deus não precisa de absolutamente nada  que Ele não consagrou para Sua Obra.

2. NÃO SE APROPRIAR DO QUE ESTÁ DESTINADO PARA  O GOVERNO.

 "... Por isso também que vocês pagam imposto, pois as autoridades estão a serviço de Deus, sempre dedicadas  a esse trabalho. Deem a cada um o que é devido: se imposto,  imposto; se tributo, tributo; se temor, temor; se honra, honra"  ( Rom 13:6,7).

O texto Bíblico  deixa claro que  não pagamos impostos, devolvemos a parte que é destinado ao poder publico. É um dever de cidadania. Apropriar-se daquilo que pertence ao Governo é apropriação indébita, sonegação. Quando o povo de Israel exigiu um rei, à semelhança das outras nações ( 1 Sm.4,5,6), Deus atendeu o pedido impondo-lhes pesadas consequências: “ O rei  que reinará sobre vocês reivindicará como seu direito o seguinte: ele tomará os filhos de vocês para servi-lo em seus carros de guerra e em sua cavalaria. Fará arar as terras dele. Tomará de vocês o melhor das plantações, das vinhas e dos olivais  e o dará aos criados deles. Tomará um décimo dos cereais e das colheitas das uvas...” ( 1 Sm. 8: 10-18).

No tempo em que o Senhor Jesus viveu na Palestina, o povo Judeu encontrava-se dominado pelo governo de Roma. Pesados impostos eram destinados ao Imperador. Quando muitos Judeus pensavam que o Senhor Jesus iria libertá-los do jugo de Roma, foram surpreendidos com a resposta do Senhor quando questionado sobre os impostos: “Deem a Cesar o que é de Cesar”  Mc.12:13-17).

 Deus não mudou. O princípio não mudou. Não importa a forma de governo, as práticas de cobrança dos impostos, o que vale para Deus que aquilo que foi consagrado ao poder público  não deve ser apropriado. A comunidade deixa de receber os benefícios, mesmo sob o argumento da falta de credibilidade dos gestores públicos. O que é retido, para auferir lucros desonestos, entrará na contabilidade do julgamento de Deus. Deus não passará a mão na cabeça de um filho Seu que, voluntariamente, rebelou-se a uma autoridade publica que esteja no exercício legal de sua função.

3. NÃO SE APROPRIAR DO QUE ESTÁ SENDO CONSAGRADO A DEUS. 

"... Vocês não sabem que aqueles que trabalham no templo alimentam-se das coisas do templo, e que os que servem diante do altar participam do que é oferecido no altar? Da mesma forma, o Senhor ordenou aqueles que pregam o evangelho, que vivam do evangelho" ( I Co 8:13,14).    

Em se tratando de Reino de Deus quem pagará a conta? Somos nós, com muita honra. Somos o povo  eleito, Nação Santa,  filhos de Deus; portanto, comprometidos com o Evangelho de Jesus Cristo.  O crente é consagrado a Deus, por inteiro. Somos administradores de tudo que o Senhor nos confiou.  Quando o Senhor respondeu: “Dai a Deus o que é de Deus” ( Mc. 12:17), então, tudo é de Deus, por Ele, e para Ele. ( I Co 3:22,23).

A Lei da Nova Aliança é superior a Lei da Antiga Aliança. A vida do crente é a maior oferta.  A  participação ativa na  sua comunidade faz parte do ministério do Senhor Jesus. Por isso, o crente é chamado de mordomo de Deus. Cabe-lhe, administrar com sabedoria o que Deus lhe confiou: separando o que é do governo, o que é de Deus, multiplicar os recursos disponíveis; para gerar mais recursos para sociedade e para o Reino de Deus. Quando o crente apropria-se daquilo que é de Deus, as portas dos céus se fecham sobre sua vida ( Ml.3:10).  Abre portas para o devorador. Como por exemplo os exorbitantes juros, as dívidas impagáveis,  ser escravo de Mamom.

4. O que acontece com quem apropria-se daquilo que não é seu?

. Para os contraventores o peso da Lei. Além de ser julgado a cumprir pena numa prisão os bens serão sequestrados e leiloados. 

. Para os sonegadores de impostos  e  os não cumpridores dos compromissos assumidos entram no sistema de devedores omissos, perdendo privilégios de ter acesso a novos créditos. Bens adquiridos por Financiamentos vinculados  podem ser sequestrados pelos credores. O nome é o maior valor de uma pessoa. 

. Para os que retém a parte de Deus e não participam do avanço do Evangelho, a Bíblia diz que os Céus  se fecham e perdem a grande oportunidade em investir na eternidade.

 

REFLEXÃO: 

“O Senhor disse a Josué: “Levante-se! Por que você fica ai prostrado? Israel pecou. Violou a aliança que eu lhe ordenei. Apossou-se de coisas consagradas, roubou-as e as colocou junto de seus bens. Por isso os israelitas não conseguem resistir aos inimigos”  ( Josué  7:10-12).

Não é tarefa fácil reconhecer  que em algum momento da nossa vida nos  apropriamos de algo que estava consagrado,  ou a destruição, ou ao governo, ou a Deus.  É provável que estamos colhendo alguns reveses por conta desses pecados; mesmo que sejam praticados pelos nossos predecessores.  Nem a geração presente, nem a futura, deve pagar por isso. A ordem dada para Josué, continua valendo: “Levante-se! Por que fica aí prostrado?”.  santifique-se para amanhã”. Seja o Josué de sua família!

Por amor a Cristo!  

 

 

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