" E Dizei a Arquipo: Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras" Cl 4:17
Com um respeito enorme e uma convivência leal que sempre marcou minha vida com pastores e líderes, permita-me abrir o coração e um convite a uma sincera reflexão do porquê do desânimo, do cansaço e sentimento de impotência por uma nobre causa de lutar pela saúde doutrinária da Igreja.
Trago como referência a carta de Paulo dirigida a Igreja e ao líder de Colossenses. Nessa carta o enfoque de Paulo combater duramente o sincretismo religioso, as heresias, ascetismo e outras práticas e rituais pagãs infiltradas na Igreja.
Não está explícito que Arquipo era o pastor da Igreja. Há algumas menções da sua participação na equipe de Paulo. É certo tratar-se de um líder proeminente na Igreja em Colossos. A esse líder que Paulo dirige essa palavra: ' atenta para o ministério que recebeste'. Não se sabe, ao acerto, as causas dessa exortação. Pelo tom da carta há evidências que havia muitas demandas e batalhas espirituais na Igreja; ocasionando desânimo, cansaço, e provável isolamento do líder.
Fazendo uma leitura um tanto superficial, usando a imaginação é compreensível que a luta ministerial de Arquipo causava-lhe cansaço, estresse, isolamento e até sentimento de desistir do ministério. É fato, muitos pastores e lideres vivem o mesmo drama ministerial. Essa carta de Paulo, ela é tão atual, nada difere das lutas das Igrejas do primeiro século.
As Igrejas e os pastores atuais lutam com outras roupagens de demandas e desafios, Alguns deles:
1- Secularismo e Relativismo Moral
. A Igreja contemporânea está enfrentando uma forte influência do secularismo e relativismo moral. As estatísticas apontam um quadro desanimador em relação aos cristãos que creem fielmente na Palavra de Deus. O relativismo moral sugere que a verdade é subjetiva. Quando a ética cristã não é desenvolvida como parte de nossa doutrina, teremos cidadãos cristãos que irão fazer as mesmas práticas imorais dos não crentes. O bastante para tirar o sono de qualquer pastor consciente de sua responsabilidade.
2- Infiltração dos Influenciadores das Redes Sociais
As Igrejas locais no seu formato tradicional já estão sentindo grandes impactos dos influenciadores, que utilizam redes sociais com programações mais atrativas e variadas, utilizando-se de horários alternativos. Isso, tira o sono de muitos pastores que vão perdendo ovelhas sentindo incapazes de competir com essas novas tecnologias e concorrências. Há um aspecto positivo. A Covid-19 trouxe grandes mudanças de comportamentos. Não tem como ignorar que a tecnologia chegou para ficar. O que exigirá inovação, investimento em recursos humanos e em tecnologia.
3- 'Bornout' Esgotamento Emocional
. A síndrome de Bournout tem sido um mal avassalador desse tempo moderno. Vem vitimando uma boa parte dos pastores em atividade. Definido como um estado de exaustão física, emocional e mental, causado por estresses crônico, por excesso de trabalho. São múltiplas as razões, como: uma agenda intensa pastoral, falta de descanso, uma mentalidade de que a Igreja não funciona sem o pastor, conflitos internos na própria liderança, ambiguidade de funções, críticas contínuas, falta de reconhecimento, problemas pessoais e familiares, dificuldade em delegar, e outros. Essa carga física e emocional se conecta com o espiritual. Somados levam ao desânimo, ao cansaço, ao isolamento.
4- Polarização Política e Religião
. O ser humano é por natureza social e político. Mais nem todos sabem viver uma vida social equilibrada e politizada. Aí entra as disputas internas na Igreja. Em cada pleito eleitoral a polarização tem sido mais acirrada, com os mais escusos argumentos. Quando o pastor toma uma posição desagrada quem pensa diferente, se omite ele é cobrado. A Igreja não deve fugir dos debates dos valores espirituais e morais que defendemos. O poder de influência da igreja não está no múmero dos membros que possui, nem da influente liderança do seu lider, mas sim, no uso correto da autoridade da Palavra de Deus e na oração. A Igreja não está só ela conta com a Soberania e a intervenção de Deus a seu favor. Cabe a liderança espiritual fazer a sua parte, cobrar de seus membros lealdade a Cristo e à Palavra de Deus, quando ocuparem posições de proeminências em qualquer função pública e privada.
5- Conflitos Poder do Evangelho e Preconceitos Religiosos
. O Evangelho é conflituoso na sua essência, por confrontar o pecado e as práticas pecaminosas. O Cristianismo não é uma religião que se prende à regras, rituais religiosos, mercado da fé, para alcançar o favor divino. Cristianismo reflete o Evangelho transformador, que trás de volta a criatura feita a imagem e semelhança de Deus, através da suficiência do Sacrifício de Jesus Cristo. O Evangelho rompeu com todos os preconceitos religiosos: nivelou, todos, como pecadores; e, nivelou, a todos, ao perdão e reconciliação na Cruz de Cristo. A cruz de Cristo quebrou todo tipo de preconceitos. Permanecer nessa firmeza teológica, o pastor e a Igreja enfrentarão grandes oposições. Essa é a verdadeira causa pelo evangelho: 'Importa obedecer a Deus do que os homens' (Atos 5:29).
6- Pastor, Ministério e Familia
. O papel do pastor, sua família e seu ministério estão interligados de maneira profunda; um sustenta o outro, ou um derruba o outro. É fundamental que haja um diálogo franco do pastor com sua Igreja e do pastor com sua família. A agenda do pastor precisará contemplar os dois lados da moeda. Trago o exemplo, extremo, de Jó. Um homem simples que provocou inveja do próprio Satanás. Cuidava de sua família, exercia piedade em sua comunidade. Teve que enfrentar a fúria de Satanás. Passou pela perda de toda família, dos bens e da saúde; foi renegado pela esposa, mal interpretado pelos seus maiores amigos. Com um olhar crítico da experiência vivida, por Jó, cada pastor, na sua própria luta interna, tire a melhor lição para a sua vida e seu ministério, se há sinais de cansaço, desânimo e sentimento em desistir: Pondere!
7- Igrejas Grandes, Igrejas Pequenas
. Na medida que a Igreja vai crescendo as dificuldades e necessidades vão crescendo no mesmo ritmo. O pastor terá que dividir funções, equipar pessoas estratégicas, para atender as demandas de cuidados e administração. Desenvolver um programa de uma eficiente gestão financeira, de ensino doutrinário sólido e edificação do rebanho. Tudo isso, se não levado a tempo oportuno, acabará atingindo a saúde física, emocional e espiritual do pastor e de sua equipe.
. Por outro lado, uma igreja pequena que não cresce por longo
período, pode potencializar níveis elevados de estresse, cansaço e desânimo ao pastor. Por
razões diversas: O pastor se cobra
mais; sofre pressão interna para
crescimento; há sempre comparações com
crescimento de outras Igrejas. Efeito
cascata, atinge as finanças do pastor, repercutindo
na família; um sentimento de desmotivação
da Congregação. De onde surgem os sentimentos
de fracasso, do próprio chamado, impacto
na saúde física, emocional e espiritual.
Em qualquer circunstância
adversa, que o pastor mantenha sua autoestima de pé, tenha plena
consciência ministerial que o valor do ministério não se mede apenas pelo
tamanho da Congregação, mas pelo impacto espiritual que ele tem na vida das
pessoas que pastoreia.
Palavra de Encorajamento
Amado pastor, pastora e lideres!
" Em meio ao desânimo e à
fadiga que o amado/a possa estar momentaneamente enfrentando, saiba, que
seu trabalho é por demais valioso diante de Deus; o mais importante, Deus
acredita e confia em você. Circunstancialmente as suas lutar diárias podem não estar
acontecendo os resultados como esperava, mas, nada fugiu da agenda nem do propósito de
Deus.
. Nos momentos de sobrecarga,
avalie-se, o que deixar, o que delegar e o que permanecer. Deus sempre será a
força maior compensadora (Isaías 40:31). Se precisar de descanso, renovação, inovação, momentos de reflexão, não postergue, nem procrastine.
Use esse seus direito de Mateus 11:28.
. E, acima de tudo, lembre-se
de que a sua identidade não está vinculada a qualquer resultado visível,
sobretudo e especialmente, ao seu relacionamento pessoal com Cristo.
Quando a agenda for maior que o tempo disponível, então, coloque em sua agenda
um tempo maior para orar e meditar na Palavra de Deus. Surpreenderá como
sua agenda suavizará e os resultados serão surpreendentes.
. Continue firme no seu posto, que a paz uma de Cristo, que excede todo entendimento lógico ou racional, guarde seu coração, por inteiro, Àquele que Te dá provisão Te renova a cada dia.
. No que for possível, conte com um ombro amigo. ( 67 99235-1924)
Servo Dc Arão C Salgado
Mais uma vez e certamente haverá outras, venho publicamente dizer o quanto o meu Amado Amigo, Irmao, Mentor e Companheiro de Jornada Missionária, Arão Salgado, tem sido usado por Deus para edificar muitas vidas. Desta vez, Ele acerta em cheio ao escrever este precioso artigo aos Pastores e Líderes. Recomendo entusiasticamente. Foi bênção em minha vida. Será na sua. Leoa e compartilhe.
ResponderExcluirLeia, quis dizer acima
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